quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ESPECIAL SBT


Vi ontem que no SBT vai passar o especial Ângela Maria e Agnaldo Timóteo. Senti muita saudade da minha família reunida, da minha infância, dos meus sonhos daquela época, da minha inocência, do meu romantismo, tudo isso que de certa forma tento manter, mas a que custo.
Tanto espírito de porco em volta, tanta gente rude, tanta descrença... Ângela Maria tem uma coisa que já não se vê por aí: classe.
Isso não é elitismo, não depende de dinheiro, e sim de educação, de uma certa elegância no comportamento, coisa que qualquer um poderia ter, se quisesse.Sei que pra quem não conhece o repertório, ou pra quem conhece mas não teve a imersão que eu tive na obra, essas palavras aqui soam banais e sem sentido. Mas tente pensar em algo que te remete a um tempo bom, a um tempo em que você ainda era puro: pode ser um programa de tevê, uma comida, um brinquedo, um amigo, ou mesmo uma música, já que o assunto é esse. Qual é sua lembrança de infância mais tocante, mais verdadeira?
Impossível não se emocionar sabendo que essas lembranças seguem tão vivas.
Eu já chorei em cinema muitas vezes, chorei lendo livro pouquíssimas vezes, mas em show, jamais deixei cair uma lágrima, que eu me lembre.
Aliás uma vez no Exaltasamba rolou. Rolaram! Foi uma viagem no tempo. Voltei à minha infância, à minha casa e à minha família: meu pai, minha mãe, meu irmãos e eu juntos na sala, numa época em que não havia essa onda de um computador e uma tevê em cada aposento, mantendo cada um no seu quadrado. Era diferente.
O único aparelho de som ficava na sala e a gente ouvia música juntos, e tampouco havia essa história de "música pra criança" - Xuxa e assemelhados. Criança ouvia a música que os pais ouviam, então cresci escutando Roberto Carlos, José Augusto, Diana, que era sofisticado demais para ser classificado como "música pra velho". Como o Cazuza, nasceu clássico.
Nasceu moderno. Nasceu e morreu jovem. Juventude é manter o entusiasmo, o resto é cirurgia.

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